Prevendo Trump matematicamente por modelo estatístico
- Ricardo Gurgel
- 8 de abr.
- 4 min de leitura
É hora de aplicar meu conhecimento em engenharia civil, utilizando o potencial das ferramentas matemáticas para realizar simulações e análises em um exercício de transformação do modelo de comportamento de Donald Trump ao longo de sua trajetória. A ideia é atribuir pesos a diferentes variáveis e identificar padrões de fluxo em suas reações, seja quando ele é contrariado, seja quando é obedecido. Ressalto que esse tipo de análise não possui precisão milimétrica, situando-se no campo das probabilidades. Não se trata de uma abordagem que a psicologia, com sua perspectiva humanista, necessariamente endossaria, já que prioriza aspectos mais qualitativos. Portanto, não encarem os resultados como previsões absolutas, mas sim como estimativas probabilísticas, mantendo a interpretação dentro desse escopo.
Base de análise:
Histórico de comportamento (2015–2024)
Padrões em crises
Estilo de comunicação (ex: Twitter (X), comícios, mídia)
Ambições políticas futuras (2024 e além)
Ações Prováveis de Trump – com base em comportamento passado:
1. Manter presença forte na mídia (90% de probabilidade)
Trump valoriza exposição. Seja por comícios, redes sociais (como Truth Social), entrevistas ou declarações polêmicas, ele sempre busca dominar o ciclo de notícias.
Alta chance de fazer declarações polarizadoras para mobilizar base.
2. Contestar resultados eleitorais caso perca (70–80%)
Com base em 2020, há uma alta chance de Trump alegar fraude ou irregularidades se for derrotado.
Isso vale mesmo para eleições primárias ou estaduais, se envolverem aliados dele.
3. Apoiar candidatos leais a ele (80%)
Ele tende a apoiar e endossar quem o apoia incondicionalmente. A lealdade pessoal é central.
Pode "cancelar" antigos aliados que se distanciem (ex: Mike Pence).
4. Lançar mão de discurso nacionalista/populista (90%)
"America First", retórica anti-imigração, anti-China, contra globalismo.
Essa narrativa mobiliza sua base, então é altamente provável que continue.
5. Agir contra instituições que o desafiem (60–75%)
Pode atacar o judiciário, FBI, imprensa, ou qualquer instituição que o investigue ou critique.
Isso se intensifica em períodos de investigações ou julgamentos.
6. Buscar imunidade ou proteção legal (60%)
Se estiver enfrentando processos ou investigações, há uma boa chance de tentar usar manobras legais ou políticas para proteção.
Inclusive tentando moldar o sistema jurídico a seu favor.
7. Lançar ou apoiar medidas econômicas populistas (50%)
Ex: cortes de impostos, tarifas comerciais, ou promessas de revitalização industrial.

Estilo de Decisão Tarifária de Trump
1. Nacionalismo Econômico (Altíssima probabilidade – 90%+)
Trump usa tarifas como uma ferramenta de proteção da indústria americana, dentro do discurso "America First". não significa que ele manterá as tarifas, na verdade, é provável que use como arma para conseguir objetivos
Ele tende a ver o comércio global como um jogo de soma zero, se outro país está ganhando, os EUA estão perdendo.
Tarifas são vistas por ele como armas de negociação, não apenas medidas econômicas.
2. Uso estratégico e político de tarifas (80–90%)
Não é só sobre economia: ele usa tarifas como instrumento político para pressionar países (ex: China, México).
Exemplo clássico: ameaçou tarifas sobre o México para conter imigração – ou seja, usou política tarifária como "moeda de troca" para uma questão migratória.
3. Decisões unilaterais e imprevisíveis (60–75%)
Durante seu governo, ele frequentemente ignorou acordos multilaterais, preferindo negociações bilaterais.
Tomava decisões tarifárias sem aviso prévio ou consenso entre aliados (ex: tarifas sobre o Canadá e UE com base em "segurança nacional").
4. Hostilidade com a China (90%)
A relação comercial com a China é central. Alta probabilidade de aumento ou manutenção de tarifas se ele retornar ao poder.
Ele alega que a China "rouba empregos" e "espionagem econômica", então as tarifas são tanto econômicas quanto simbólicas.
5. Aversão a organizações multilaterais (60–70%)
Provável que questione ou minimize o papel da OMC (Organização Mundial do Comércio).
Pode agir fora dos canais tradicionais para impor medidas tarifárias.
Probabilidade de ações específicas
Ação | Probabilidade estimada |
Aumentar tarifas sobre produtos chineses | 90% |
Impor tarifas para proteger setores específicos (aço, alumínio, etc) | 80% |
Ameaçar tarifas como forma de pressão política (imigração, defesa, etc) | 75% |
Retaliar países que adotem políticas verdes contra produtos dos EUA | 70% |
Cortar tarifas para aliados estratégicos (caso haja negociação direta) | 50% |
Retomar acordos multilaterais como o TPP | 10% ou menos |
Conclusão
Trump enxerga tarifas não só como ferramenta econômica, mas como alavanca de poder geopolítico e de narrativa nacionalista. Ele tende a usá-las:
Para parecer forte diante da base,
Para pressionar adversários,
E para consolidar uma imagem de “defensor da classe trabalhadora americana”.
Enquanto finalizava este post, acompanhei pelo canal TCNews, especializado em finanças e mercado de capitais, que Elon Musk está furioso com Peter Navarro, conselheiro de tarifação e uma das vozes mais influentes nas políticas econômicas de Donald Trump. A tensão escalou com trocas de insultos pesados, caracterizando um verdadeiro "fogo amigo". Esse conflito interno pode impactar o perfil protecionista de Trump, seja enfraquecendo-o, para mais ou para menos, a possibilidade de permanecer inalterado parece a menos provável.
Quanto a Navarro, sua abordagem pouco se diferencia da de um ministro econômico com perfil típico de países como a Venezuela. Ele demonstra uma visão limitada e simplista sobre o funcionamento dinâmico dos mercados, o que levanta questionamentos sobre a eficácia de suas políticas.
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