FORBES FM: Um outdoor caro

A entrada da FORBES no rádio realmente causa estranhamento. É como ver um banqueiro abrir uma cafeteria hipster, parece destoar da essência, mas, ao mesmo tempo, intriga. A marca é sinônimo de capital, influência, rankings de riqueza, então é natural imaginar que o movimento não seja à toa, mas também pode sim ser um brinquedo caro, uma vitrine sonora para reforçar status, ainda que com pouca utilidade prática.

Que tal HOC na Forbes FM?

Já imagino (especulo) uma rádio tocando uma "música de ricos que nem os ricos conhecem" é bem isso: às vezes essas iniciativas caem num elitismo caricato, com curadoria sonora tão "exclusiva" que exclui até os próprios endinheirados. E nisso, o projeto acaba virando mais identidade do que conteúdo, mirar uma Antena 1?

E se...Forbes fosse Forbes, uma rádio News expurgando o grande problema nacional dos analistas partidários e ideologizados, aqueles que, mesmo diante de um pacote robusto de dados, pouco conseguem extrair leituras relevantes. Uma rádio comprometida com análises honestas e isentas ganharia rapidamente reconhecimento. Em apenas um ano, poderia superar em credibilidade de mercado até aquela poderosa rede que, a cada manchete, deixa escapar o viés do voto. Seria um sonho ouvir uma rádio de notícias verdadeiramente preocupada com a realidade, e não com a maquiagem dos fatos."

Uma rádio que não apenas lê o que já aconteceu, mas que tenta entender por que aconteceu e o que pode vir pela frente. Isso falta demais no Brasil. E o exemplo do Bitcoin despencando agora à noite é perfeito, ouvinte com sede do contexto, da leitura profunda, não de manchete rasa. O público interessado existe, com certeza, esse alvo é um nicho, mas um nicho muito precioso.

E imagina um professor HOC ou alguém do mesmo calibre, com liberdade para analisar, provocar, especular com base séria... isso seria revolucionário. Daria pra chamar economistas de verdade, gente do mercado, estrategistas militares, analistas internacionais, montar uma bancada plural, não diversificada de partidos, mas de visões, que queira informar com densidade.

O professor HOC é, sem dúvida, a voz que eu gostaria de ouvir por três horas nesta noite de 6 de abril de 2025, analisando com profundidade o cenário que se desenha. Numa rádio imune ao mercado publicitário e à contaminação partidária, como imagino que a FORBES FM poderia ser, ele teria o espaço ideal para destrinchar os bastidores dos movimentos geopolíticos e econômicos com a clareza e a honestidade que tanto faltam no noticiário tradicional.