Brasil sem Rádio Digital: a insistência no problemático Hdradio
- Ricardo Gurgel
- 27 de mar.
- 2 min de leitura
Atualizado: 5 de abr.
O sistema Hdradio, de origem americana, adota uma abordagem híbrida para a digitalização do rádio, diferente do modelo europeu, que é totalmente digital. O Hdradio tenta empacotar sinais analógicos e digitais dentro da mesma faixa de FM, criando um desafio técnico: a auto-interferência. Nesse cenário, a própria emissora corre o risco de comprometer seu próprio sinal caso não opere com baixíssima potência na transmissão digital. Esse formato híbrido funciona como uma âncora no passado, limitando o alcance e a eficiência de um sinal digital que poderia ser mais robusto e de melhor qualidade.
No Brasil, testes com Hdradio foram conduzidos entre 2010 e 2013, mas os problemas técnicos nunca foram resolvidos. Apesar do sucesso da TV na migração para o digital, o mesmo caminho não foi seguido pelo rádio. Estamos em 2025 e, após anos de investimento, sem digitalização efetiva.
Além de tecnicamente problemático, o Hdradio é um sistema caro e de adoção lenta, mesmo nos Estados Unidos.
Diferente do rádio, os padrões de TV digital foram implementados de forma independente do sinal analógico, evitando interferências.
Enquanto isso, na Europa, o rádio digital já se consolidou, oferecendo um som de maior qualidade, com ampla faixa dinâmica e mais competitivo frente às novas mídias digitais.
Por que o Brasil insiste em um modelo falho em vez de buscar uma solução mais eficiente?
A Z100 e a NRJ Paris utilizam processadores de áudio OMNIA para otimizar tanto o streaming quanto suas transmissões digitais de rádio. Abaixo, você confere amostras de áudio dessas duas emissoras e a Hits (caso sua transmissão no Brasil fosse digital no rádio):
No FM os agudos no máximo chegam a 15.000 Hz, no Rádio digital chega até 20.000 Hz que é o limite da audição humana, da mesma forma a transmissão em FM não chega aos sons graves limites dos ouvido humano, novamente o rádio digital é capaz de transmitir até esse ponto.
No FM, as frequências agudas atingem no máximo 15.000 Hz, enquanto no rádio digital podem chegar a 20.000 Hz, que é o limite da audição humana. Da mesma forma, a transmissão em FM não cobre toda a faixa de sons graves perceptíveis ao ouvido humano, algo que o rádio digital consegue reproduzir com fidelidade.
O áudio no rádio digital é muito mais aberto e rico em comparação ao rádio analógico. Aqui, não estamos nos referindo ao tipo de visor do aparelho (se digital ou de ponteiro), mas sim à tecnologia de transmissão digital, que oferece uma qualidade sonora superior.
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